A importância do exame de urina

Exame de urina

A urina é uma das principais vias de excreção do organismo, ela contém diversos resíduos e toxinas, produtos que são filtrados pelo nosso organismo. Tudo o que você come, bebe, o quanto se exercita, funcionamento dos rins, qualquer descompensação, distúrbio ou doença podem afetar a sua aparência e composição normal.

Desta forma, ao contrário do que muitas pessoas pensam, o exame de urina não é utilizado apenas para detectar uma infecção urinária, ele pode oferecer informações importantes sobre o estado fisiológico do organismo, sobre a presença e a evolução de muitas doenças sistêmicas, sobre a avaliação de certos tratamentos e sobre o estado funcional dos rins.

Por ser um exame muito fácil de ser realizado, indolor e que pode gerar muitos dados sobre o estado do paciente, o exame de urina é um dos testes mais solicitados para verificar a saúde de um paciente, considerado como um exame de rotina.

O exame de urina pode ser prescrito pelo médico como um exame de rotina (mesmo quando o paciente não apresenta sintomas) ou para confirmar a suspeita de alguma doença.

Os principais critérios são:

– Exame de rotina: rastreio anual geral, avaliação antes da cirurgia (avaliação pré-operatória), triagem de doença renal, diabetes mellitus, hipertensão arterial (pressão alta), doença hepática etc.

– Avaliação de sintomas: dor abdominal, micção dolorosa, dor no flanco, febre, sangue na urina ou outros sintomas urinários.

– Diagnóstico de condições médicas: infecção do trato urinário, infecção renal, cálculos renais, diabetes descontrolada, insuficiência renal, proteína na urina, rastreio de drogas e inflamação renal.

– Monitoramento de progressão de doenças e resposta à terapia: doença renal relacionada ao diabetes, insuficiência renal, doença renal relacionada à pressão arterial, infecção renal etc.

Existem 3 tipos de exames de urina:

1) EAS – Urina Rotina 

Também chamado de urina tipo I ou parcial de urina, é o exame mais simples e básico. Analisa aspectos físicos, químicos e componentes do sedimento urinário como:

  • PH: avalia a capacidade dos rins de secretar ou reabsorver ácidos e bases, também podem indicar a presença de cálculos renais e microrganismos;
  • Densidade: avalia a concentração de substâncias sólidas na urina. Uma densidade baixa, pode representar uso excessivo de líquido, diabetes e hipertensão. Já alta pode ser indicativo de desidratação, insuficiência cardíaca e outros;
  • Glicose: detecção e monitoramento de diabetes;
  • Bilirrubina: característico de doenças hepáticas e biliares;
  • Urobilinogênio: indicativo de danos hepáticos e distúrbios hemolíticos;
  • Proteínas: pode estar relacionada a doenças do trato urinário e renal;
  • Corpos cetônicos: produtos da metabolização de gorduras, comum em pacientes diabéticos, dietas e jejum prolongados;
  • Nitrito: pode indicar infecção bacteriana nos rins ou no trato urinário;
  • Leucócitos: pode indicar doença do trato urinário ou inflamação renal;
  • Células epiteliais: dependendo do tipo podem estar relacionadas a problemas renais graves como síndrome nefrótica;
  • Cristais: alguns são normais devido a alimentação e tempo de guarda da urina, outros são indicativos de cálculos renais;
  • Microrganismos: indicativos de infecções bacterianas, fúngicas ou parasitárias;
  • Sangue (hemoglobina e hemácias): pode indicar hemorragia no sistema urinário e caracterizar certas patologias como infecções, pedras nos rins e doenças renais mais graves.

Para a diagnosticar a origem da hematúria, se glomerular ou não, recomenda-se realizar o exame de dismorfismo eritrocitário, exame realizado no laboratório Santa Cecília em microscópio de contraste de fase, considerado padrão ouro para realização deste exame.

2) Urina 24 horas 

Esta é a análise de alguns parâmetros de toda urina excretada no período de 24 horas. 

A avaliação de algum hormônio, um mineral ou outro composto pode ser um importante indicativo clínico na prática médica.

A depuração, também chamada clearance da creatinina, é uma verificação da capacidade que os rins têm de filtrar o sangue.  

3) Urocultura 

É o exame que detecta e identifica a presença de bactérias no trato urinário.   

Os rins e a bexiga são ambientes estéreis, onde normalmente não há bactérias, portanto, a urocultura pode indicar a presença delas. Neste exame, a urina é inoculada em meio de cultura. Em 24 a 48 horas, a maior parte das bactérias causadoras de infecções urinárias se desenvolvem, formando colônias.   

Além disso, também podem ser feitos os testes de sensibilidade a antibióticos, para auxiliar o médico na escolha dos medicamentos específicos que devem ser utilizados. 

O exame de urina pode ser prescrito como exame de rotina ou para confirmar a suspeita de alguma doença. É fundamental para os idosos, pois o risco de desenvolver doenças renais aumenta com a idade. 

 

Vale reforçar que em relação a coleta, a SBPC/ML (Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial), afirma que a primeira amostra da manhã é ideal para o exame de urina de rotina, por ser mais concentrada, garantindo assim a detecção de substâncias químicas e elementos presentes na urina.  A região urogenital deve estar limpa, sendo realizada assepsia do local e o primeiro jato de urina deve ser desprezado (eliminando as impurezas que possam estar na uretra, canal urinário que traz a urina da bexiga).  Coletar urina do jato médio até cerca de 1/3 ou metade da capacidade do frasco. Desprezar o restante de urina no vaso sanitário.

Fique atento: O resultado seguro depende diretamente da qualidade e confiabilidade da coleta da amostra.

Em caso de dúvida entre em contato com o laboratório.

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