É um transtorno neurodegenerativo progressivo que se manifesta pela perda progressiva das capacidades cognitivas, ocasionando uma variedade de sintomas neuropsiquiátricos e alterações comportamentais, relacionados a falta de memória, confusão e dificuldade de se orientar no espaço, comprometendo progressivamente as atividades da vida diária.
A Doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência neurodegenerativa em idosos, sendo responsável por mais da metade dos casos de demência nessa população.
A condição não tem cura, mas o diagnóstico e o tratamento precoces retardam o avanço da doença.
Embora o Alzheimer seja mais comum em idosos, a doença também pode acometer adultos. Quando isso acontece, ela é denominada de Alzheimer precoce.
O Alzheimer precoce é raro, acometendo menos de 10% de todos os indivíduos com a doença, sendo mais comum o aparecimento em indivíduos a partir dos 50 anos, mas também pode acometer pessoas com 30 anos, salvo raríssimas exceções de pacientes ainda mais jovens.
Pela questão da idade, a condição é mais difícil de diagnosticar, visto que muitos sintomas se confundem com transtornos psiquiátricos. Por isso, estar bem informado é fundamental para o reconhecimento dessa enfermidade, algo vital para frear a progressão dos sintomas.
O mal de Alzheimer, seja precoce ou tardio, ocorre devido ao acúmulo de certas proteínas (proteínas beta-amiloide e tau) no cérebro que interferem na comunicação entre os neurônios, prejudicando as funções cerebrais, enfraquecendo as sinapses e levando à gradativa atrofia do cérebro.
Os sintomas variam. Tudo depende da região onde essas placas de proteínas se acumulam.
As causas para o acúmulo de proteínas no cérebro ainda não são totalmente conhecidas. Apesar disso, sabe-se que a genética é um fator preponderante no Alzheimer precoce. Mutações no gene APP, PSEN1 e PSEN2, as quais podem ser transmitidas hereditariamente, estão associadas à doença. Dessa forma, é maior a chance de desenvolver o Alzheimer em pessoas com parentes que sofrem da enfermidade.
Além disso, o estilo de vida também impacta na manifestação e evolução dos sintomas. Pessoas com maiores estímulos cognitivos têm menos riscos de ter a doença, afinal, esses pacientes possuem uma neuroplasticidade (capacidade de adaptação cerebral) maior.
Fatores como obesidade, sedentarismo, hipertensão, tabagismo, deficiência nutricional, diabetes, dislipidemia (excesso de gordura no sangue), depressão, cansaço mental recorrente, traumatismo craniano e isolamento social estão associados a um risco maior de desenvolvimento do Alzheimer,
Manter uma mente ativa e ter hábitos de vida saudáveis é muito importante para evitar ou retardar o Alzheimer. Entre as principais maneiras de se prevenir da doença, podemos citar:
É sempre bom lembrar que esses e outros bons hábitos são fundamentais para a qualidade de vida, envelhecimento saudável e prevenção de diversas doenças.
O diagnóstico do Alzheimer é realizado, primeiramente, com análise clínica. O neurologista verifica os sintomas do paciente, histórico familiar de doenças e realiza alguns testes de memória e cognição em casos em que há suspeita. Em seguida, exames clínicos, laboratoriais e de imagem podem ser feitos para dar insumos ao diagnóstico.
A investigação, muitas vezes, começa pelo exame de sangue, que ajuda a descartar outras condições médicas. Um exemplo disso é a deficiência em vitamina B12, que pode provocar sintomas neurológicos parecidos com o mal de Alzheimer. O procedimento também avalia a presença das proteínas beta-amiloide no sangue, um indicativo da doença.
Além disso, a tomografia computadorizada do cérebro e a ressonância magnética são essenciais para identificar, através de imagens de alta resolução, o estágio de degeneração das células nervosas. Esses procedimentos são um dos mais importantes para a confirmação do diagnóstico.
Por fim, o exame do líquido cefalorraquidiano (LCR) também costuma ser realizado para identificar a presença de proteína tau no neurônio do paciente, um marcador biológico da doença. O exame consiste em uma punção lombar para coleta e análise do fluido cefalorraquidiano.
O Laboratório Santa Cecília oferece uma série de exames laboratoriais que dão suporte ao diagnóstico de Alzheimer precoce e de inúmeras outras doenças.
Entre estes exames, podemos citar o exame PrecivityAD2, realizado no laboratório Fleury, um exame simples, realizado pela coleta de sangue, onde a detecção de proteínas no plasma e estabelecimento de um escore, indica a presença ou ausência de placas amiloides cerebrais, que são alterações características da doença de Alzheimer, auxiliando os médicos a diagnosticar ou descartar a condição precocemente. Este exame é realizado apenas por indicação médica em pacientes com 55 anos ou mais, que apresentam comprometimento cognitivo leve ou demência.
Ainda não há uma cura definitiva para o Alzheimer precoce. Contudo, há inúmeros tratamentos para minimizar os sintomas, melhorar a qualidade de vida e impedir a progressão da enfermidade. As abordagens são individualizadas e multidisciplinares, uma vez que cada paciente possui diferentes sintomas da doença.
Um dos tratamentos é feito através do uso de medicamentos, os quais podem ter inúmeras finalidades.
Terapias de suporte e mudanças no estilo de vida também são muito comuns no tratamento, incluindo atividades de estímulo cerebral, exercício físico, dieta equilibrada, acompanhamento psicológico, entre outras práticas.
Nos estágios mais avançados da doença, que podem ser evitados ou atrasados com o diagnóstico e tratamento precoces, é necessário o apoio profissional e/ou de familiares para o cuidado em tempo integral do paciente. Isso inclui o auxílio na alimentação, banho, locomoção, etc.
No Brasil, centros de referência do Sistema Único de Saúde (SUS) oferecem tratamento multidisciplinar integral e gratuito para pacientes com Alzheimer, além de medicamentos que ajudam a retardar a evolução dos sintomas. Os cuidados dedicados às pessoas com Alzheimer, porém, devem ocorrer em tempo integral.